quinta-feira, 16 de setembro de 2010

EDUCANDO ATRAVÉS DAS EMOÇÕES

                        Educando através das Emoções

Muito se fala da conturbada adolescência, realmente é um período difícil para os jovens. Dúvidas, procura da identidade, medos, culpas, desejo de liberdade, hormônios a mil, emoções desordenadas. Sem dúvida, um coquetel para apavorar qualquer adulto menos avisado. Porém, nada disso seria tão relevante e angustiante se vivêssemos numa época mais tranqüila, sem tanta informatização, sem tantos recursos tecnológicos, num mundo menos violento. A questão é que não podemos mudar o que já existe, vivemos sim, num mundo diferente do que conhecíamos como tranqüilo e seguro. Um mundo de medos, guerras, inseguranças, onde, a palavra limite é muito exaltada, mas pouco empregada corretamente. Então, nós adultos pensamos: como “controlar” nossos filhos ou nossos alunos. Sabemos que precisam de liberdade, mas até onde devemos deixá-los ir? Temos consciência que necessitam construir sua identidade e para isso vão contestar tudo que lhes é imposto, mas quando devemos reprimi-los? Ou, será que devemos? Onde coloco os limites? Perguntas que nos fazem pensar e muitas vezes nos desesperam. Podemos ainda adicionar a impressionante quantidade e variedade de casos de adolescentes com dificuldades escolares, depressão, fobias das mais variáveis, bulimia, anorexia e outros tantos transtornos como déficit de atenção, dislexia, déficit no processamento auditivo, enfim. Diagnósticos muitas vezes pertinentes. Realmente, há casos que exigem uma intervenção mais adequada. Mas o que está por trás de tudo isso? O mundo mudou, a família como modelo conhecido, também não é mais a mesma. Porque tantos pais e professores “perdidos” sem saber o que fazer com seus filhos ou alunos?
TODAS AS EMOÇÕES
A resposta para essas perguntas é simples. Emoções.
Infelizmente, ninguém ensina que aprendemos pelas emoções, elas são o nosso GPS na vida. Precisamos nos sentir bem para que tudo flua tranquilamente.
Agora, nossos jovens conseguem manter suas emoções organizadas? Será que eles têm noção do quanto elas, desbaratadas, influenciam seu aprendizado, não só na escola, mas em tudo que diz respeito ao seu universo? Emoções desorganizadas geram caos, doenças, medos, culpas, fracassos, inseguranças e sentimentos de incapacidade perante os desafios da vida. E a situação piora na escola,  quando chegam as notas baixas....
Pais e professores deveriam ler boletins com um olhar para as notas dos sentimentos.  Notas baixas dizem que: “Minhas emoções estão atrapalhadas, o que faço”? Alguns adultos e até os próprios jovens, acreditam que: “Ah, eu não estudei mesmo, fui folgado”. O que quero que reflitam é que mesmo aquele “folgado” está com suas emoções desordenadas.
Bom, então o que fazer? Como organizar esse “caos emocional” de modo a favorecer o aprendizado?
É importante que o jovem consiga perceber e priorizar seus sentimentos.
Qual o incomoda mais e porque. É fundamental que identifique suas fraquezas e seus pontos fortes. No que sou bom(a)?
Faz-se necessário alguém que o escute. Seus anseios, suas dúvidas, suas angústias, seus pedidos constantes de limites. Precisam conhecer o que os deixam felizes. A partir daí, podemos contar com jovens centrados e focados nos seus propósitos.
A família precisa olhar seus filhos. A escola precisa olhar seus alunos. E ambos precisam construir uma relação harmoniosa entre sentimentos e emoções, para que tenhamos adultos saudáveis e fortes psiquicamente onde as palavras culpa e medo, que acarretam juntas, desajustes emocionais sérios, sejam banidas do vocabulário.





                                                               Carlota Cristina
                                              Psicopedagoga e Orientadora Educacional

Um comentário: