quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Déficit de Atenção e Hiperatividade

Déficit de Atenção/Hiperatividade
Parte II

Causa
         
     O TDAH pode ser considerado um distúrbio funcional do cérebro. Há diferenças significativas na estrutura e no funcionamento do cérebro de pessoas com TDAH, particularmente nas áreas do hemisfério direito do cérebro, no córtex pré-frontal, gânglios da base, corpo caloso e cerebelo. Estudos sobre a estrutura e metabolismo, somados aos estudos genéticos e sobre a família, bem como pesquisas sobre reação a drogas, demonstram claramente que o TDAH é um transtorno neurobiológico. A genética é o fator básico na determinação do surgimento dos sintomas do TDAH.

Diagnóstico

     O diagnóstico de TDAH pede uma ampla avaliação. Não se pode deixar de considerar e avaliar outras causas para o problema, assim, é preciso estar atentos à presença de distúrbios concomitante  (comorbidades). O aspecto mais importante do TDAH,inclui, frequentemente, um levantamento do funcionamento intelectual, acadêmico, social e emocional. O processo de diagnóstico deve incluir dados recolhidos com professores e outros adultos que, de alguma maneira, interagem de forma rotineira com a pessoa que está sendo avaliada. No diagnóstico de adultos com TDAH, mais importante ainda é conseguir o histórico cuidadoso da infância, do desempenho acadêmico, dos problemas comportamentais e profissionais.   
     À medida que aumenta o reconhecimento de que o transtorno é permanente durante a vida da pessoa, os métodos e questionários relacionados com o diagnóstico de um adulto com TDAH estão sendo padronizados e se tornando cada vez mais acessíveis.

Tratamento

     O tratamento de crianças com TDAH exige um esforço coordenado entre os profissionais das áreas médica, saúde mental e pedagógica, em conjunto com pais. Esta combinação de tratamentos oferecidos por diversas fontes é denominada de intervenção multidisciplinar. Um tratamento com esse tipo de abordagem inclui:
*             treinamento dos pais quanto a verdadeira natureza do TDAH e em desenvolvimento de estratégias de controle efetivo do comportamento;
*            um programa pedagógico adequado;
*            aconselhamento individual e familiar, quando necessário para evitar o aumento de conflitos na família;
*            uso de medicação quando necessário.

     Os medicamentos mais utilizados para o controle dos sintomas do TDAH são os psicoestimulantes; 70% a 80% das crianças e dos adultos com TDAH apresentam uma reação positiva. Esse tipo de medicamento é considerado reforçador de desempenho. Portanto eles podem, até certo ponto, estimular a performance de todas as pessoas. Mas, em razão do problema específico que apresentam, crianças com TDAH apresentam uma melhora dramática, com redução do comportamento impulsivo e hiperativo e aumento da capacidade de atenção.
     O controle do comportamento é uma intervenção importante para crianças com TDAH. O uso eficiente do reforço positivo combinado com penalidades num modelo denominado “custo de resposta” tem sido uma maneira bem sucedida de lidar com crianças portadoras do transtorno.
     O sucesso na sala de aula frequentemente exige uma série de intervenções. A maioria das crianças com TDAH pode permanecer na classe normal, com pequenos arranjos na arrumação da sala, utilização de um auxiliar e /ou programas especiais a serem utilizados fora da sala de aula.
     Os adultos com TDAH apresentam resposta aos estimulantes e outros medicamentos semelhante à das crianças. Eles também podem se beneficiar aprendendo a estruturar seu meio ambiente, desenvolvendo hábitos organizacionais e procurando um aconselhamento profissional. Quando necessário, uma psicoterapia de curto prazo pode ajudar a enfrentar as exigências da vida e os problemas pessoais do momento. Terapias mais prolongadas podem ensinar a mudar comportamentos e a criar estratégias de enfrentamento a pessoas que apresentam uma combinação TDAH e problemas concomitantes, especialmente depressão.
     Aumenta a cada dia o reconhecimento da eficiência dos tratamentos na redução dos sintomas imediatos apresentados por pessoas com TDAH. Os pesquisadores, no entanto, acreditam que somente reduzir os sintomas das crianças com TDAH não traz resultados satisfatórios a longo prazo. Assim, aumenta a consciência de que os fatores que predispõem todas as crianças a uma vida bem sucedida são especialmente importantes para as crianças que apresentam problemas relacionados a distúrbios como TDAH. Há uma maior aceitação da necessidade de “equilibrar a balança” para as pessoas com TDAH. Portanto, os tratamentos são aplicados para permitir alívio dos sintomas enquanto se trabalha no sentido de assistir a pessoa a construir uma vida bem sucedida. 
     A máxima “tornar as tarefas interessantes e fazer o pagamento valer a pena” parece ser extremamente importante para pessoas com TDAH.

Carlota Cristina
                                              Psicopedagoga e Orientadora Educacional

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Déficit de Atenção e Hiperatividade

** Déficit de Atenção/Hiperatividade

Parte I
      O Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade (TDAH) é caracterizado por uma constelação de problemas relacionados com a falta de atenção, hiperatividade e impulsividade.
     É um distúrbio bio- psicossocial, isto é, parece haver fatores genéticos, biológicos, sócias e vivenciais que contribuem para a intensidade dos problemas experimentados.
       O TDAH interfere na habilidade da pessoa de manter a atenção, especialmente em tarefas repetitivas, de controlar adequadamente as emoções e o nível de atividade, de enfrentar conseqüências consistentemente e talvez o mais importante, na habilidade de controlar a inibição.
     Inibição refere-se a capacidade de evitar a expressão de forças poderosas que levam a agir sob o domínio do impulso, de modo a permitir que haja tempo para o autocontrole.
   Pessoas com TDAH até podem saber o que deve ser feito, mas não conseguem fazer aquilo que sabem devido a inabilidade de realmente poder parar e pensar antes de reagir, não importando o ambiente ou a tarefa.
   As características do TDAH aparecem bem cedo para a maioria das pessoas, logo na primeira infância. O distúrbio é caracterizado por comportamentos crônicos, com duração de no mínino seis meses, que se instalam definitivamente antes dos sete anos.

Tipo Desatento ( com pelo menos, seis das seguintes características)

v  Não enxerga detalhes ou faz erros por falta de cuidado;
v  Dificuldade em manter a atenção;
v  Parece não ouvir;
v  Dificuldade em seguir instruções;
v  Dificuldade na organização;
v  Evita/Não gosta de tarefas que exijam um esforço mental prolongado;
v  Frequentemente perde os objetos necessários para uma atividade;
v  Distrai-se com facilidade;
v  Esquecimento nas atividades diárias.

Tipo Hiperativo/ Impulsivo (quando a pessoa apresenta seis das seguintes características)

v  Inquietação, mexendo as mãos e os pés ou se remexendo na cadeira;
v  Dificuldade em permanecer sentado;
v  Corre sem destino, ou sobe nas coisas excessivamente  (em adultos há um sentimento subjetivo de inquietação)
v  Dificuldade em engajar-se numa atividade, silenciosamente;
v  Fala excessivamente;
v  Responde a perguntas antes delas serem formuladas;
v  Age como se fosse movida a motor;
v  Dificuldade em esperar sua vez;
v  Interrompe e se intromete.

Tipo Combinado (caracterizado pela pessoa que apresenta os dois tipos)

Tipo não específico

A pessoa apresenta algumas características mas número insuficiente de sintomas para chegar a um diagnóstico completo. Esses sintomas, no entanto, desequilibram a vida diária.
 O TDAH é com freqüência apresentado erroneamente, como um tipo específico de problema de Aprendizagem. Ao contrário, é um distúrbio de realização

Carlota Cristina
                                              Psicopedagoga e Orientadora Educacional